Os ganhos de peso e de estatura são indicadores importantes do estado de saúde das crianças. Mas, além de serem sinais importantes para os médicos, são, sobretudo, relevantes na opinião dos pais e das famílias, que esperam que os filhos cresçam “normalmente” e desconhecem a ampla variação da normalidade. Muitas vezes, comparam seus filhos com outras crianças, independentemente dos fatores que podem influenciar o crescimento e o desenvolvimento.
Apesar de ser uma questão importante para a família, as queixas relacionadas aos problemas de ganho de peso, em geral, são trazidas por pais e cuidadores durante as consultas de rotina das crianças/dos adolescentes e, dificilmente, são motivos isolados que levam a uma consulta. Em 2009, em pesquisa realizada na cidade de Florianópolis, foi constatado que apenas 2,4% das consultas de crianças de 0 a 4 anos de idade tinham como motivo problemas de atraso de crescimento.
Muitas vezes, essas queixas estão relacionadas às expectativas da família e, frequentemente, referem-se a preocupações com baixo peso e baixa estatura. Porém, em geral, não são problemas de saúde. É muito comum que a queixa de pouco crescimento ou baixo ganho de peso venha acompanhada da queixa de falta de apetite da criança. Vale lembrar que, nas fases pré-escolar e escolar, com a menor velocidade de crescimento, o que é fisiológico, a criança sente menos fome. O crescimento e o ganho de peso são influenciados por diversos fatores, como a herança genética, o meio ambiente, os aspectos psicológicos individuais e familiares e os níveis socioeconômico, escolar e cultural da família.
Com todas essas informações, podemos concluir que os cuidados essenciais seriam a ida frequente e regular ao pediatra para acompanhar cada caso, sempre passando por uma atenção dos pais/ cuidadores com relação às orientações dadas em consulta. Além disso, é importante observar o quanto o bebê está ativo, se está urinando e evacuando, pois esses são sinais simples e básicos que refletem as condições clínicas e alimentares da criança. E lembre-se: o pediatra saberá a melhor maneira de manejar o ganho de peso.